segunda-feira, 10 de março de 2014

Atendimento Educacional Especializado do aluno com Surdez

             Incluir significa investir em práticas e ideologias de liberdade de expressão e empoderamento de todas as pessoas envolvidas neste processo, sejam alunos, professores, familiares e sociedade.
            A inclusão significa a valorização de todas as técnicas e procedimentos para a aproximação e interação, socialização entre as pessoas de modo que se tenha uma sociedade mais tolerante e criativa. É durante o Atendimento Educacional Especializado que o aluno com surdez deve aprender a Língua de Sinais, pois de acordo com Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005 o aluno com surdez tem direito de uma educação que garanta uma formação  em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa; preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar.
            No entanto como afirma Damázio (2005) ela deve estar presente, informalmente, em todo ambiente da escola em que houver alunos com surdez que se comunicam por meio dela, sendo assim, quanto antes este aluno fizer parte do meio escolar mais cedo será possível criar um ambiente de troca em que todos possam se comunicar e se fazer entender.
            Sabe-se que as questões pedagógicas que envolvem a inclusão de pessoas surdas por muito tempo permaneceu em segundo plano, dando-se ênfase a esta ou aquela língua. Hoje sabe-se que a educação da pessoa com surdez deve ser organizado em ambiente bilíngue, ou seja, que utilize a língua de sinais e língua portuguesa. E o fazer pedagógico é que norteará todo este processo, sendo assim três momentos didático pedagógicos são importantes de serem viabilizados. De acordo com Damásio (2007) estes três momentos: AEE de Libras, AEE em Libras e AEE para o ensino de Língua Portuguesa devem fazer parte da escola comum e inclusiva. 
            No AEE em Libras se fornece a base conceitual dessa língua e do conteúdo curricular estudado na sala de aula comum, o que favorece ao aluno com surdez a compreensão desse conteúdo. Nesse atendimento há explicações das ideias essenciais dos conteúdos estudados em sala de aula comum.  Os recursos didáticos utilizados na sala de aula comum para a compreensão dos conteúdos curriculares são também utilizados no Atendimento comum: o uso de muitas imagens visuais e de todo tipo de referências que possam colaborar para o aprendizado dos conteúdos curriculares em estudo, na sala de aula comum. mural de avisos e notícias, biblioteca da sala, painéis de gravuras e fotos sobre temas de aula, roteiro de planejamento, fichas de atividades e outros.
            O planejamento do Atendimento Educacional Especializado em Libras é feito pelo professor especializado, juntamente com os professores de turma comum e os professores de Língua Portuguesa, pois o conteúdo deste trabalho é semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum.
            No AEE para o ensino de Libras na escola comum deve haver um professor e/ou instrutor de Libras que organiza o trabalho do Atendimento Educacional Especializado, respeitando as especificidades dessa língua, principalmente o estudo dos termos científicos a serem introduzidos pelo conteúdo curricular.
            Ele procura os sinais em Libras, investigando em livros e dicionários especializados, internet ou mesmo entrevistando pessoas adultas com surdez, caso não existam sinais para designar determinados termos científicos, analisa os termos científicos do contexto em estudo, procurando entendê-los, a partir das explicações dos demais professores de áreas específicas (Biologia, História, Geografia e dentre outros). Avalia a criação dos termos científicos em Libras, a partir da estrutura linguística da mesma, por analogia entre conceitos já existentes, de acordo com o domínio semântico e/ou por empréstimos exicais. Por meio da Libras é que se verificará a contribuição do Atendimento Educacional Especializado para o aluno com surdez na escola comum. . O AEE em Libras deve oferecer ao aluno com surdez segurança e motivação para aprender.
            O Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa deve acontecer na sala de recursos multifuncionais em que o trabalho desenvolvido deve visar a competência gramatical ou linguística, bem como textual, nas pessoas com surdez, para que sejam capazes de gerar sequências linguísticas bem formadas.             Alguns princípios devem ser considerados como: riqueza de materiais e recursos visuais (imagéticos) para possibilitar a abstração, amplo acervo textual em Língua Portuguesa, dinamismo e criatividade na elaboração de exercícios.
            O atendimento educacional especializado deve ser elaborado e executado em rede, em que todos os profissionais envolvidos se conectam a fim de garantir a qualidade de ensino para o aluno com surdez.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
DAMÁZIO, M. F. M.; ALVES, C. B; FERREIRA, J. P. Atendimento Educacional Especializado: Abordagem Bilíngue para Pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010.


DAMÁZIO, M. F. M. Educação Escolar de Pessoa com Surdez: uma proposta inclusiva. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2005. 117 p. Tese de Doutorado.

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